57º Seminário Nest: 27 de setembro de 2019
O Dr. Carlos Freire (FCS/UFG) apresenta palestra intitulada "Pontos e linhas: trabalho, migração e consumo na indústria de confecções"
Quando: 27 de setembro de 2019 às 14h30
Onde: Prédio Humanidades II, Sala de Defesas AS-03, Campus Samambaia, UFG
Quem: Carlos Freire é professor substituto na Faculdade de Ciências Sociais da UFG. Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo, com estágio na Université de Toulouse - Le Mirail. Possui graduação em Ciências Sociais (2005) e mestrado em Sociologia (2008), ambos pela Universidade de São Paulo. Realizou pesquisa de pós-doutorado no Departamento de Sociologia da USP. É membro do grupo de pesquisa "Cidade e Trabalho" do Laboratório de Pesquisa Social (LAPS). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia do Trabalho, Urbana e Econômica, atuando principalmente nos seguintes temas: mercados populares, informalidade, trabalho informal, migrações transnacionais e relações socioeconômicas Brasil-China.
Sobre a palestra:
Neste trabalho abordamos as relações que se constituem entre as terceirizações na indústria de confecções e algumas dinâmicas migratórias em São Paulo, notadamente de bolivianos e paraguaios para trabalharem como costureiros no setor. O Brasil é um dos maiores produtores em volume de vestuário do mundo, sendo que São Paulo concentra quase um terço da produção nacional. Na indústria de confecções, caracterizada por ser altamente intensiva em mão de obra, as terceirizações são um aspecto constitutivo do setor, sobretudo na costura, etapa que mais demanda força de trabalho. Após o processo de reestruturação produtiva nos anos 1980, com a passagem para uma produção mais diversificada e de menores escalas, a subcontratação de oficinas de costura passou a ser elemento constitutivo da dinâmica do setor, não apenas no sentido de redução de custos trabalhistas, mas na própria gestão da produção segundo os ditames das tendências de consumo e as oscilações de mercado. A fragmentação da produção e a exteriorização da costura, com a consequente proliferação das oficinas de costura, correspondem justamente ao lugar de inserção destes imigrantes na cadeia produtiva. Há uma relação entre as mediações em torno das quais a migração ocorre e a sua posterior atuação na cidade no setor de confecções. Procuramos discutir as relações entre formas de consumo e trabalho, assim como as dinâmicas migratórias envolvidas nesse processo.
Fonte: Nest