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Desigualdade cai 9% no país em dez anos, diz IBGE

Apesar da redução, mais da metade das famílias vive com até um salário per capita

A desigualdade no país caiu em todas as regiões, mostram dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de Gini do rendimento mensal dos domicílios brasileiros passou de 0,521, em 2007, para 0,515, em 2008 – em 1998, quando começou a série histórica, o número era de 0,567.

O índice de Gini varia de 0 a 1 e mede a distribuição da renda na população: quando mais próximo de 0, maior a igualdade; quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade entre o que as pessoas ganham. A evolução entre 1998 e 2008 mostra, portanto, uma queda de 9,17%.

A desigualdade caiu em todas as regiões entre 2007 e 2008. A maior desigualdade está no Centro-Oeste, onde o índice de Gini foi de 0,549, em 2008, ante 0,552, em 2007. A região mais igualitária é a Sul, com 0,477, em 2008, abaixo dos 0,498, em 2007.

A maior queda foi registrada na região Norte, de 0,498, em 2007, para 0,478, no ano passado. No Nordeste, o índice de Gini passou de 0,528 para 0,525 de um ano para o outro. Já no Sudeste a queda foi de 0,498, em 2007, para 0,492, em 2008.

Rendimento

Apesar da redução, alguns dados mostram a dimensão da desigualdade que ainda existe no país. No ano passado, segundo dados da Pnad, 52% das famílias tinham renda mensal por pessoa de até um salário mínimo.

São 5,9 milhões de famílias que não têm nenhum rendimento ou ganham até um quarto de salário mínimo, que hoje equivale a pouco mais de R$ 116.

De acordo com o IBGE, os 10% dos trabalhadores com os rendimentos mais baixos ganharam 1,2% do total da renda em 2008, número que era 1,1% em 2007. Já os 10% com os maiores rendimentos concentram 42,7% do total da renda, uma queda em relação aos 43,3% em 2007.

O IBGE destaca que o rendimento subiu para todas as faixas de renda da população, mas subiu mais nas faixas mais baixas. Por exemplo, entre os 10% que têm os rendimentos mais altos, eles subiram 0,3%; entre os 10% que têm os rendimentos mais baixos, a alta foi de 4,3%.

Distribuição melhora em Goiás 

Goiás melhorou a distribuição de renda entre 2007 e 2008. A desigualdade no Estado caiu de 0,507 para 0,497 no índice Gini, que mede o rendimento médio das famílias. O índice nacional ficou em 0,515. O levantamento trouxe ainda dados sobre o aumento na propriedade de computadores e telefones, reflexo da melhoria da renda. Outra constatação, nesse caso negativa, foi o crescimento do analfabetismo em Goiás, ao contrário do que ocorreu no País, onde houve redução.

Maior desigualdade no DF 

O Distrito Federal continua sendo a unidade da federação com a maior disparidade de renda do país. Segundo a Pnad, o índice Gini do DF ficou em 0,618, contra média nacional de 0,521. Isso se deve ao fato de o DF ter o maior rendimento médio mensal do Brasil. Na capital federal, o rendimento médio fechou 2008 em R$ 2.117, mais que o dobro da média nacional, de R$ 1.036. Depois do DF, vem São Paulo, com rendimento médio mensal de R$ 1.290.

 

Fonte: G1, o Popular e Correio Braziliense