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PNUD-Gênero

Segundo ONU, Brasil avança na redução das desigualdades entre homens e mulheres

Mulheres representam 47,3% dos assalariados no país

O Brasil tem obtido importantes avanços na redução das desigualdades entre homens e mulheres, inclusive no campo do trabalho, embora algumas diferenças de ganho entre os sexos persistam, como ocorre na maioria dos outros países. Em 1992, por exemplo, 40,7% das mulheres e 49,5% dos homens tinham ocupação formal. Dez anos depois, a distância entre os sexos foi reduzida de dez para menos de dois pontos percentuais, com mulheres e homens apresentando taxas de formalização de 56,9% e 58,4%, respectivamente, segundo dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

 

Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres é um dos Objetivos do Milênio, propostos pela ONU no ano 2000. Um dos exemplos citados pelo relatório sobre os ODM é que, no mundo, as mulheres representam 40% dos assalariados. No Brasil, esse índice chega a 47,3%.

 

Escolaridade
O estudo afirma que “o aumento do acesso a escolas e creches para as mães de baixa renda ajuda a remover parte das barreiras da inserção feminina no mercado de trabalho”. Opinião defendida também pela oficial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ieva Lazarevicute, que acredita que a maior equidade no mercado de trabalho pode ser atribuída ao aumento da escolarização de crianças na faixa etária entre zero e seis anos de idade. “[Existe uma] rede de serviços que a mulher pode deixar o filho em segurança para poder se dedicar a atividade profissional. Fator importante no sentido de inserir e incentivar mulheres a trabalhar em atividade remunerada ou abrir próprio negócio”, afirmou.

 

O levantamento também aponta que as mulheres ocupam apenas 30% das vagas dos cursos de Ciências, Matemática, Computação, Engenharia, Produção e Construção. Para aumentar a participação feminina nas chamadas áreas de exatas, o incentivo tem vindo das escolas que não rotulam as brincadeiras das crianças pelo gênero. A estudante brasiliense Ana Carolina Leandro, por exemplo, está empenhada em aumentar esse percentual. “Existem poucas mulheres em engenharia. Quero fazer parte dessa porcentagem de mulheres que venceu o preconceito”, comentou.

 

PNUD

O Brasil tem progredido com os indicadores do ODM 3, principalmente no acesso à educação. De 1990 a 2012, a escolarização dos homens no ensino médio aumentou mais do que a das mulheres, diminuindo a disparidade, já que a desvantagem pertencia a eles. Enquanto em 1990 havia 136 mulheres para cada 100 homens no ensino médio, em 2012 a proporção era de 125 para 100. Tal fato pode ser justificado pela melhoria do fluxo dos alunos no ensino fundamental (ver ODM 2) que, junto com o aumento da oferta de vagas no ensino médio, possibilitou que mais homens pudessem prosseguir com seus estudos. No entanto, a desvantagem masculina no ensino superior aumentou. Em 1990, para cada 100 homens frequentando escolas superiores, havia 126 mulheres e, em 2012, essa razão passou a ser de 100 para 136. Com relação à participação feminina no trabalho, no Brasil, a percentagem de mulheres em atividades fora da agricultura já era de 42,7% em 1992 e passou para 47,3% em 2012. Além disso, as mulheres chegam a representar 59,5% dos empregados no setor não agrícola com educação superior, ou seja, são maioria entre os profissionais que ocupam os melhores e mais bem remunerados postos de trabalho assalariados.


Mundo

Segundo o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2013, o mundo estaria muito próximo de atingir a meta de eliminar as disparidades entre os sexos em todos os níveis educacionais até 2015. Todavia, enquanto em algumas regiões do mundo as mulheres estão sub-representadas, em outras, na América Latina em particular, são os homens que se apresentam em menor número. A participação feminina no mercado de trabalho e a representação política das mulheres também são metas que fazem parte dos ODM 3, embora a média global de mulheres no parlamento ainda seja de apenas 20%.

 

Fonte: PNUD e Presidência da República